Depoimento de um amigo, para um amigo engenheiro mecânico brasileiro – 05/11/2020.

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Fonte de inicio em resposta ao tema “A grande crise na economia brasileira” Paulo Gala/ Economia & Finanças

27,9 mil inscritos – 2 de novembro de 2020 Youtube: Youtube

Ó, Felipe, então, veja o seguinte, ó, estava no INPE, fazendo um projeto lá de 2009 para 2011, com bolsa de DTI-A, do MCT e órgão intermediário pagador CNPq? Sabendo que a bolsa iria por dois anos. E, me apareceu uma oportunidade de trabalhar em usinas hidrelétricas, assim declinei deste trabalho, que sabia que não teria serventia, e entrei no INPE em fevereiro de 2009. Em abril de 2010, o CTA – Centro Técnico Aeroespacial dentro do ITA – Instituto Tecnológico em Aeronaútica em São José dos Campos, SP, me acharam do lado deles, a cinquenta metros. Tá, fui lá no CTA, ver que queriam que eu fizesse uma réplica do meu trabalho de mestrado da USP, de 1995 (projeto de um instrumento de medição de uma barra de aço com seções transversais com “Strain Gauges”, pra medições de deformações de barra de aço inserida dentro de modelo de aeronaves).

Fiz doação para a Usp desta minha barra e, passado anos e anos, um amigo me disse: - tá lá jogada num canto, e os mestrandos, doutorandos e funcionários usaram para medições, mas não sabem quem é o autor dela! Veja, que deste instrumento que tem salvado a pele deles nos cursos de pós graduação na Usp. Voltando ao assunto do CTA: - alegaram que não tinham recurso (verbas)! Vendo isto de novo declinei, e fui trabalhar com as usinas hidroelétricas, que ganhei muito melhor, do que ficar como pesquisador de "meia tigela", e sabendo que engavetariam meu projeto (projetei um motor elétrico chamado de “Reaction Wheels” ou roda de reação, que é colocada em satélites, para manter direcionado as placas de energia solar para o sol).

Um milímetro que o satélite mudasse de direção, as rodas giravam em alta rotação 100.000 rpm com 1MN de força de torque (gera momemtum wheels). Bem, por que no Brasil não valorizam e não dão chances para nós? Que somos tão quanto mais inteligentes, que estrangeiros, e podemos fabricar tais rodas de reação, e não precisa de tanta tecnologia assim, uma geringonça desta, é que usam desculpas, para não incentivarem os brasileiros, e não concedem investimentos, por que tá mais que na cara, importar gera divisas de recolhimentos de tributação alfandegárias. Enfim nossa tecnologia que temos de sobra, não nos permitem fabricar produtos nacionais que podem muito bem competir com estas rodas estrangeiras, que não são tão quanto de ouro, assim custar de 250.000 a 400.000 doláres. Isto vem da cabeça de políticos corruptos. Lembra da Dona Dilma que fez um plano de negócios com a Sony e Microsoft, só que ela como presidente ganhou este dois consoles, já o filho de um trabalhador não tinha como ter um destes ao preço de R$ 4.000,00 quando o preço real seria de R$ 2.500,00 e passado alguns anos em 2015 nas lojas caiu para menos da metade, ou seja, quem ganhou proprinas, eu que não fui.

Nos anos que estive na Usp e projetei mecanismos para automação e robótica, no Grupo Itautec de meus projetos era tão quanto melhores que qualquer produto importado, que a semelhança nossa com os projetos importados, são muito melhores, mas pra que comprar de empresa nacional, e se apoiam na tese fraca de que não temos tecnololigas. kkkkkkkkkkkkkkkkk

Não precisamos de tecnologias por que nossas cabeças de brasileiros são muito melhor até de cientistas da Nasa, é que não nos deram chances de provar que somos, mas tudo bem, entendemos que neste planeta quem faz errado, um dia paga de outras formas no dia do juízo final. Nós brasileiros somos muito melhores, veja de Santos Dumont, veja de muitos outros que desde a década de 80 para cá tem feito milagres, da fosfoetanolamina um produto químico que cura câncer, mas é brasileiro, não pode! kkkkkkkkkk

E, eles compram essas rodas de reação importadas da França, Canadá, Estados Unidos, etc. e pagavam na faixa de cento e cinquenta mil dólares a mais!

Uma roda de reação é do tamanho de uma pizza média de diâmetro 35cms e a altura dessa roda de 15cms, aí tem uma roda circulante, rodante, com imãs. Eu projetei o ímã mandei fabricar na China, para meu protótipo, e que no Brasil tem uma empresa nacional, que fabricava essas rodas de reação, mas não compravam dessa firma brasileira, e nem tampouco viriam a comprar de mim, que estava pleiteando fabricar de nosso modos, muito simple estas rodas não tem segredo e não é de ouro, não. kkkkkkkkk

Eles compram uma porcaria dessa de roda de reação de empresas de tecnologia européias, e ainda congelou satélites brasileiros, pra que então comprar do estrangeiros se temos muito mais condições, não precisamos de um laboratório com "vacumm forming". kkkkkkkkkkkkk. Se palhaçada matasse creio que muitos destes gênios da lâmpada mágica já teriam batido as botas, de tantas asneiras que nos enchem nossos ouvidos, e devido que alegam que os brasileiros não tem tecnologia, isto sempre me veio como gozação de leigos (pode ser doutor não importa, por que conheço muitos doutores que são mais burros, que mulas, não sabem fazer nada, só teoria, teoria e teoria. kkkkkkkk).

Então, essa vida de escravos, nossa, já vem desde final da década de 80, quando sai de uma multinacional, que a verticalizei tirei ela do vermelho, e fui fazer mestrado na Usp, ou seja me especializei mais e mais ainda, e foi muito bom, para os anos seguintes, que no Brasil não havia alguém com formação em robótica, assim fui para a EFEI e lá fiz o que muitos professores não conseguiram fazer em 15 anos, eu fiz em seis meses.

Vivemos nesse subdesenvolvimento devido as máfias de corruptos que ganhavam sobre importados. Entendeu? Então, cara, infelizmente, essa é nossa realidade. Quando fiz uma pós na USP, em 1983, fui contratado celetista pela USP, pra projetar mecanismos, para automação e robótica e estudante em curso de especialização em mecânica fina. É o curso que eu tenho de origem da Usp, que me especializei em mecânica fina até 2005, e de inicio fui trabalhar em 1984 no Grupo Itautec (projetava mecanismos para automação bancária), e após numa multinacional alemã da área médica (automação médica), na parte de mecânica fina, mas depois de sair da empresa alemã, eu fui para a educação na universidade da USP, fazer mestrado em aeronaves, e após universidade contratado celetista para ministrar aulas de robótica na EFEI, que a fiz migração para UNIFEI, após trabalhar projetos óticos, de astronomia, no LNA – Laboratório Nacional de Astronomia, em Itajubá, na qual projetei um sistema mecânico de micro precisão, que ficou engavetado também (bolsita DTI-B), tá? Bom, aí eu não pude mais continuar nessas bolsas no Brasil, porque se é limitado a oito anos o máximo de pesquisas, já os apadrinhados continuaram anos e anos seguintes, mas eu nunca fui apadrinhado. Você não pode mais continuar com a vida de pesquisador, cê entendeu? Bom, eu tentei bolsa da FAPESP na UNICAMP no doutorado em robótica, até abandonei robótica, abandonei o doutorado de raiva.

O meu orientador escreveu um manuscrito para a FAPESP, tudo equivocado, e a FAPESP me negou porque eu estudei cinco anos e meio de engenharia, só que a FAPESP, não me perguntaram porque cinco anos e meio da engenharia? Sabe por que eu saí?

Com meio anos a mais de cinco anos?

Porque meu pai faleceu no segundo ano de engenharia e eu fiquei tão neuro, que perdi um semestre, não tive chão, além do que assumi os negócios dele, que era latifundiário e não poderia deixar a engenharia, assim me afastei seis meses para por ordem financeira para a minha família.

Então tô te contando, meu amigo, procê saber que eu venho sofrendo esse subdesenvolvimento desde a década de 80, praticamente. Então, o Brasil vem do submundo desde a década de 70 e tamos pior agora, muito pior. Antes tinha mais aceitação no mercado, mais desenvoltura, entendeu? Agora, tá difícil, eu não faço mais nada de mecânica fina, que foi a última atuação na Universidade São Judas Tadeu, em São Paulo na Mooca, como professor de pós-graduação em mecânica Fina, por indicação desse amigo do INPE, que me colocou no INPE, entendeu? E porque a São José dos Tadeu fechou o curso no final de 2005 de pós-graduação em mecânica fina, porque não tinham mais interesse em investir em mecatrônica no Brasil, entendeu? E foram para gestão de projeto, acabou. Aí eu parei e nunca mais trabalhei com automação e robótica, nada, parei, final de 2005 pra cá, nunca mais. Aí tive que trabalhar em outros setores, dentre eles prestando serviço paras empresas em regularização de documentação de proteção perimetral na construção civil, projetando torres telecom, tudo que eu pude pegar no mercado, menos mecânica fina, fui pro saco e outra, aí vem o Bolsonaro e, veta o Pmoc de 2018 tirando mais ainda nós do mercado de trabalho, indiretamente ele se aliou a oposição sem perceber (!), e o tiro saindo pela culatra pegou no pé dele, de um militar oposicionista!

Aí vem estudantes de Universidades Federais e estaduais reclamarem porque cortaram as bolsas, e pararam a continuidade de suas teses e dissertações de mestrado. O que ventilaram ou se entregaram de bandejas aos apresentarem seus trabalhos de baixa estirpe educacional, né? Meu, tendeu? Pra isso tinham dinheiro de 2010 pra cá, eles tiveram dinheiro do Governo, das bolsas pra fazer trabalho de socialização até para crianças, que absurdos, e a nossa tecnologia de ponta foi para o vinagre. E a gente quem fazia tecnologia em tudo, fomos jogado as traças, né? Meu, até hoje, desde 2010, praticamente, falou? Então, abraço procê, tudo de bom Tchau, tchau. (transcrição de audio para texto, corrigido)